O vídeo clipe da canção Living Darfur, interpretada por Mattafix, foi filmado nos campos de refugiados situados na fronteira que separa o Chade e a região de Darfur, onde mais de 200.000 pessoas foram mortas nos últimos quatro anos.
O projecto é apoiado por um conjunto de nomes internacionais. Desmond Tutu, Matt Damon, Elle MacPherson, Black Eyed Peas e muitos outros, colaboraram nesta acção ao aparecer no respectivo vídeo segurando cartazes onde pedem uma acção urgente no Darfur. O projecto foi financiado por Mick Jagger.
Os lucros provenientes da venda do single revertem para as organizações Oxfam, Crisis Action e Save Darfur Coalition e destinam-se a apoiar o trabalho que desenvolvem em prol de Darfur. Contudo, o propósito fundamental é chamar a atenção para a crise.
“Isto não é apenas um trabalho de caridade. Darfur não é mais uma tragédia africana. Não se trata somente de angariar fundos para uma causa nobre. Trata-se, aqui, do sofrimento de pessoas reais e de tentar chamar a atenção para as atrocidades cometidas diariamente. Darfur regista a maior concentração mundial de sofrimento humano; isto pode ser evitado se as pessoas não se calarem. Esta canção é um veículo para permitir que as pessoas em todo o Mundo se juntem às vozes de quem está a sofrer para apelar a um imediato cessar-fogo. Visitem, por favor, www.globefordarfur.org e acrescentem a vossa voz. Não desviem o olhar.” Arcebispo Anglicano, Desmond Tutu
O lançamento do single coincide propositadamente com o “Dia Mundial por Darfur”, que reunirá activistas de cinquenta países em acções de rua para exigir um fim ao massacre. Este dia foi concebido para pressionar os líderes mundiais antes do início da Assembleia-Geral das Nações Unidas, na próxima semana.
O actor Matt Damon, que aparece no vídeo, disse:
“As pessoas de Darfur precisam de paz, e necessitam dela já. Para tornar isto possível, os governos devem pressionar para um imediato cessar-fogo e fornecer os contingentes que têm vindo a referir há meses. Assim que estas condições se reunirem, e caso o Governo do Sudão cumpra o que prometeu, poderemos falar finalmente sobre a reconstrução do país e como ultrapassar o sofrimento e a pobreza extrema que assola a região. Devemos evidenciar o que está a acontecer nos campos de refugiados neste preciso momento”.
O vocalista dos Mattafix, Marlon, que passou vários dias nos campos de refugiados a trocar impressões com a população afectada, disse:
“É difícil descrever a beleza das pessoas que conhecemos e o sofrimento por que passaram. Espero que a canção consiga sublinhar o espírito e determinação que estas pessoas tiveram que interiorizar para ultrapassarem o terror e poderem viver. Temos o dever de amplificar as suas vozes e dizer basta.”
A modelo, Elle MacPherson, que também aparece no vídeo, referiu ainda:
“Nada posso fazer de forma directa para acabar com as mortes em Darfur. Mas posso afirmar que me importo com isso, e que quero que esta situação termine. Se um número suficiente de pessoas disser o mesmo os políticos terão que fazer mais para acabar com o massacre.”
A canção será formalmente lançada por Marlon no domingo, em Londres. Este lançamento será a principal actividade da concentração do Dia por Darfur que se irá realizar em Downing Street, junto da residência do Primeiro-Ministro Britânico.
sábado, 15 de setembro de 2007
Lançado single para exigir acção por Darfur
O primeiro single gravado numa zona de guerra por um artista internacional será lançado hoje, domingo, 16 de Setembro, Dia Mundial Por Darfur
Concentração por Darfur exige medidas para acabar com a violência na região
Plataforma por África apela ao Primeiro-Ministro José Sócrates para não “desviar o olhar agora”
Activistas em Lisboa reúnem-se hoje para pedir ao Primeiro-Ministro José Sócrates que intervenha por Darfur em vésperas da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas que começará em Nova Iorque na próxima semana.
Os manifestantes estão conscientes que a recente resolução do Conselho de Segurança da ONU levou a alguma complacência da comunidade internacional, pese embora a violência no terreno esteja a aumentar. As pessoas presentes na concentração que terá lugar a partir das 18h00, no Largo de Camões, colocarão uma venda para demonstrar que os líderes mundiais não devem “desviar o olhar agora”.
Este evento em Lisboa integra o Dia Mundial por Darfur, que compreende manifestações em mais de 30 países, da Mongólia a Mali, de Portugal à Polónia. Este dia for organizado por uma coligação composta por mais de 50 organizações, entre as quais a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Save Darfur Coalition, o Darfur Consortium e muitas outras.
“O Mundo reconheceu as atrocidades cometidas em Darfur e os seus líderes prometeram acabar com elas. A única coisa que resta fazer é cumprir essa promessa” sublinha Filipe Pedrosa, Plataforma por África, que em Agosto de 2007 lançou uma Campanha por Darfur. “A reunião de líderes mundiais nas próximas duas semanas é um momento crucial para as pessoas de Darfur. Não podemos desviar o olhar agora.”
O evento coincide com o segundo aniversário do acordo sobre a “responsabilidade de proteger”, momento em que vários governos se comprometeram a acabar com os genocídios e massacres em massa. Dois anos após esta declaração, a comunidade internacional tem ainda que cumprir com os seus compromissos em relação a Darfur, onde mais de 200.000 pessoas foram mortas.
Os activistas exigem uma rápida e total operacionalidade da recém autorizada força de manutenção de paz e apelam à pressão de todas as partes até que os ataques sobre civis terminem. Pedem, concretamente, aos líderes que estarão presentes na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para apelarem nos seus discursos ao Governo do Sudão, grupos armados e milícia Janjaweed para um cessar imediato da violência no Darfur e na zona Este do Chade contra civis e agências humanitárias.
“Esperamos que esta nova força de manutenção de paz possa ajudar a acabar com a violência”, afirma Filipe Pedrosa. “Mas a realidade é que a situação no terreno não mudou. Os ataques persistem. As pessoas continuam a morrer. Cabe à comunidade internacional garantir que estes ataques sobre civis parem e que sigamos um caminho de paz para as pessoas de Darfur”.
Este dia atraiu o apoio de várias celebridades internacionais como Matt Damon, Elle MacPherson, Desmond Tutu, Don Cheedle e muitos outros que filmaram um vídeo para coincidir com o dia onde seguram cartazes que exigem acção por Darfur.
Os eventos do primeiros três dias mundiais por Darfur reuniram milhares de apoiantes de todo o Mundo em actividades que se realizaram em seis continentes. Para mais informação sobre o Dia Mundial por Darfur, queira, por favor, consultar:
www.GlobeforDarfur.org.
Activistas em Lisboa reúnem-se hoje para pedir ao Primeiro-Ministro José Sócrates que intervenha por Darfur em vésperas da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas que começará em Nova Iorque na próxima semana.
Os manifestantes estão conscientes que a recente resolução do Conselho de Segurança da ONU levou a alguma complacência da comunidade internacional, pese embora a violência no terreno esteja a aumentar. As pessoas presentes na concentração que terá lugar a partir das 18h00, no Largo de Camões, colocarão uma venda para demonstrar que os líderes mundiais não devem “desviar o olhar agora”.
Este evento em Lisboa integra o Dia Mundial por Darfur, que compreende manifestações em mais de 30 países, da Mongólia a Mali, de Portugal à Polónia. Este dia for organizado por uma coligação composta por mais de 50 organizações, entre as quais a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Save Darfur Coalition, o Darfur Consortium e muitas outras.
“O Mundo reconheceu as atrocidades cometidas em Darfur e os seus líderes prometeram acabar com elas. A única coisa que resta fazer é cumprir essa promessa” sublinha Filipe Pedrosa, Plataforma por África, que em Agosto de 2007 lançou uma Campanha por Darfur. “A reunião de líderes mundiais nas próximas duas semanas é um momento crucial para as pessoas de Darfur. Não podemos desviar o olhar agora.”
O evento coincide com o segundo aniversário do acordo sobre a “responsabilidade de proteger”, momento em que vários governos se comprometeram a acabar com os genocídios e massacres em massa. Dois anos após esta declaração, a comunidade internacional tem ainda que cumprir com os seus compromissos em relação a Darfur, onde mais de 200.000 pessoas foram mortas.
Os activistas exigem uma rápida e total operacionalidade da recém autorizada força de manutenção de paz e apelam à pressão de todas as partes até que os ataques sobre civis terminem. Pedem, concretamente, aos líderes que estarão presentes na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para apelarem nos seus discursos ao Governo do Sudão, grupos armados e milícia Janjaweed para um cessar imediato da violência no Darfur e na zona Este do Chade contra civis e agências humanitárias.
“Esperamos que esta nova força de manutenção de paz possa ajudar a acabar com a violência”, afirma Filipe Pedrosa. “Mas a realidade é que a situação no terreno não mudou. Os ataques persistem. As pessoas continuam a morrer. Cabe à comunidade internacional garantir que estes ataques sobre civis parem e que sigamos um caminho de paz para as pessoas de Darfur”.
Este dia atraiu o apoio de várias celebridades internacionais como Matt Damon, Elle MacPherson, Desmond Tutu, Don Cheedle e muitos outros que filmaram um vídeo para coincidir com o dia onde seguram cartazes que exigem acção por Darfur.
Os eventos do primeiros três dias mundiais por Darfur reuniram milhares de apoiantes de todo o Mundo em actividades que se realizaram em seis continentes. Para mais informação sobre o Dia Mundial por Darfur, queira, por favor, consultar:
www.GlobeforDarfur.org.
Mulheres famosas apelam aos líderes mundiais para que exijam um cessar-fogo em Darfur
Algumas das mais proeminentes mulheres do Mundo apelaram hoje aos líderes mundiais para que exijam um cessar-fogo em Darfur
Desta lista constam conhecidos nomes de mulheres portuguesas como: Maria Barroso, Ana Gomes, Isabel Jonet, Manuela Ferreira Leite, Mariza e Rosa Mota.
Numa carta aberta publicada ontem em jornais internacionais, em vésperas do Dia Mundial por Darfur, vinte e seis mulheres – oito das quais acabaram de regressar dos campos de refugiados na zona Este do Chade – sublinham que o sofrimento das mulheres neste conflito é “muitas vezes negligenciado”.
A carta chama a atenção para o facto da recente resolução do Conselho de Seguranças das Nações Unidas nada ter mudado. Apelam à comunidade internacional “a não desviar o olhar num momento em que a situação se deteriora” e para incrementar “a pressão junto de todas as partes envolvidas no conflito, no sentido de acordarem um cessar-fogo imediato.”
A carta é publicada na véspera do quarto “Dia Mundial por Darfur”, em que milhares de pessoas no Mundo irão pedir uma acção urgente para fazer frente às sucessivas mortes e violações na província sudanesa. Estão marcados eventos em mais de 30 países por todo o Mundo.
Entre as signatárias da carta encontram-se membros de parlamentos, responsáveis por agências da ONU, profissionais do meio académico, actrizes e activistas de referência. Este grupo de mulheres inclui nomes como:
Mia Farrow – actriz e activista pelo Darfur
Mary Robinson – antiga Presidente da Irlanda e responsável pela viagem de um grupo de mulheres à região na semana passada
Anita Roddick – criadora da Body Shop (que assinou a carta antes da sua súbita morte no início desta semana)
Cate Blanchett - actriz
Kerry Kennedy – fundadora do Robert F Kennedy Memorial Centre for Human Rights
Honorable Asha Hagi Elmi Amin - membro do Parlamento Transitório da Somália
Chimamanda Ngozi Adichie – escritora
Elle MacPherson – modelo e actriz
Estas mulheres apelam aos líderes mundiais para que utilizem a próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas para pressionar todas as partes envolvidas a pôr um ponto final na violência. A carta conclui:
“Este é o momento para os líderes mundiais irem além de uma preocupação pelo sofrimento. Agora, é altura de pará-lo.”
VERSÃO INTEGRAL DA CARTA
A crise no Darfur e na zona Este do Chade é hoje uma das piores crises humanitárias do Mundo. A comunidade internacional não deve desviar o olhar no momento em que a situação se deteriora.
Embora congratulemos a decisão das Nações Unidas que estabelece uma força de manutenção de paz da ONU e da União Africana, é improvável que esta só esteja completamente operacional nos próximos 12-18 meses. O acordo da criação desta força levou, também, parte da comunidade internacional a acreditar que fizeram tudo o que poderia ser feito.
Oito de nós acabamos de regressar dos campos na zona Este do Chade, e para as mulheres que encontramos, cujo sofrimento é muitas vezes negligenciado, esta resolução nada mudou.
A insegurança continua. Cada vez mais pessoas em Darfur e no Chade necessitam ajuda, e as organizações humanitárias deparam-se com crescentes dificuldades em mantê-las vivas.
Amanhã, 16 de Setembro, milhares de pessoas celebrarão o quarto Dia Mundial pelo Darfur. Irão exigir uma acção urgente para enfrentar os sucessivos assassinatos, violações e o contínuo atentado à vida na província sudanesa.
Como mulheres de quatro continentes, apelamos aos líderes mundiais para incrementarem a pressão junto de todas as parte envolvidas no conflito, no sentido de acordarem um cessar-fogo imediato. É necessária uma maior e melhor ajuda humanitária e um compromisso forte para a paz e reconstrução. Existe, hoje, uma janela de oportunidade para agir: na reunião de alto nível sobre Darfur que irá decorrer em Nova Iorque, no dia 21 de Setembro, na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Uma solução política abrangente é, obviamente, necessária. Mas um cessar-fogo efectivo é a única maneira de parar imediatamente com o sofrimento que atinge milhões de pessoas em Darfur e na zona Este do Chade. Este é o momento para os líderes mundiais irem além de uma preocupação pelo sofrimento. Agora, é altura de pará-lo.
Lista de signatárias:
Chimamanda Ngozi Adichie, Escritora, (Nigéria)
Hon. Asha Hagi Elmi Amin, Membro do Parlamento Transitório da Somália, (Somália)
Maria Barroso, Presidente da Fundação Pro Dignitate, (Portugal)
Cate Blanchett, Actriz, (EUA)
Dr Herta Deaubler-Gmelin, Membro do Parlamento Alemão, (Alemanha)
Bineta Diop, Directora da Femmes Africa Solidarité, (Mali)
Mia Farrow, Actriz e Activista pelos Direitos Humanos, (Reino Unido)
Mariella Frostrup, Jornalista e Apresentadora, (Reino Unido)
Ana Gomes, Deputada ao Parlamento Europeu (Portugal)
Germaine Greer, Escritora, Apresentadora e Professora (Austrália)
Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, (Portugal)
Musimbi Kanyoro, Secretária-Geral da World YWCA, (Quénia)
Angelique Kidjo, Cantora, (Benim)
Kathleen Kennedy Townsend, Antiga Governadora de Maryland, (EUA)
Kerry Kennedy, Fundadora do Robert F Kennedy Memorial Center for Human Rights, (EUA)
Manuela Ferreira Leite, Antiga Ministra das Finanças, (Portugal)
Mariza, Cantora e Embaixadora da UNICEF, (Portugal)
Elle MacPherson, Modelo e Actriz (Austrália)
Rosa Mota, Antiga Atleta, (Portugal)
Dr. Ngozi Okonjo-Iweala, Distinguished Fellow, Brookings Institute, (Nigéria)
Eva Padberg, Modelo, (Alemanha)
Sigrid Rausing, Fundadora do Sigrid Rausing Trust, (Suécia)
Mary Robinson, Presidente da Realizing Rights, (Irlanda)
Dame Anita Roddick, Empresária e Fundadora da Body Shop (Reino Unido)
Deborah Scroggins, Escritora, (EUA)
Jane Wales, Presidente do World Affairs Council of Northern California, (EUA)
Desta lista constam conhecidos nomes de mulheres portuguesas como: Maria Barroso, Ana Gomes, Isabel Jonet, Manuela Ferreira Leite, Mariza e Rosa Mota.
Numa carta aberta publicada ontem em jornais internacionais, em vésperas do Dia Mundial por Darfur, vinte e seis mulheres – oito das quais acabaram de regressar dos campos de refugiados na zona Este do Chade – sublinham que o sofrimento das mulheres neste conflito é “muitas vezes negligenciado”.
A carta chama a atenção para o facto da recente resolução do Conselho de Seguranças das Nações Unidas nada ter mudado. Apelam à comunidade internacional “a não desviar o olhar num momento em que a situação se deteriora” e para incrementar “a pressão junto de todas as partes envolvidas no conflito, no sentido de acordarem um cessar-fogo imediato.”
A carta é publicada na véspera do quarto “Dia Mundial por Darfur”, em que milhares de pessoas no Mundo irão pedir uma acção urgente para fazer frente às sucessivas mortes e violações na província sudanesa. Estão marcados eventos em mais de 30 países por todo o Mundo.
Entre as signatárias da carta encontram-se membros de parlamentos, responsáveis por agências da ONU, profissionais do meio académico, actrizes e activistas de referência. Este grupo de mulheres inclui nomes como:
Mia Farrow – actriz e activista pelo Darfur
Mary Robinson – antiga Presidente da Irlanda e responsável pela viagem de um grupo de mulheres à região na semana passada
Anita Roddick – criadora da Body Shop (que assinou a carta antes da sua súbita morte no início desta semana)
Cate Blanchett - actriz
Kerry Kennedy – fundadora do Robert F Kennedy Memorial Centre for Human Rights
Honorable Asha Hagi Elmi Amin - membro do Parlamento Transitório da Somália
Chimamanda Ngozi Adichie – escritora
Elle MacPherson – modelo e actriz
Estas mulheres apelam aos líderes mundiais para que utilizem a próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas para pressionar todas as partes envolvidas a pôr um ponto final na violência. A carta conclui:
“Este é o momento para os líderes mundiais irem além de uma preocupação pelo sofrimento. Agora, é altura de pará-lo.”
VERSÃO INTEGRAL DA CARTA
A crise no Darfur e na zona Este do Chade é hoje uma das piores crises humanitárias do Mundo. A comunidade internacional não deve desviar o olhar no momento em que a situação se deteriora.
Embora congratulemos a decisão das Nações Unidas que estabelece uma força de manutenção de paz da ONU e da União Africana, é improvável que esta só esteja completamente operacional nos próximos 12-18 meses. O acordo da criação desta força levou, também, parte da comunidade internacional a acreditar que fizeram tudo o que poderia ser feito.
Oito de nós acabamos de regressar dos campos na zona Este do Chade, e para as mulheres que encontramos, cujo sofrimento é muitas vezes negligenciado, esta resolução nada mudou.
A insegurança continua. Cada vez mais pessoas em Darfur e no Chade necessitam ajuda, e as organizações humanitárias deparam-se com crescentes dificuldades em mantê-las vivas.
Amanhã, 16 de Setembro, milhares de pessoas celebrarão o quarto Dia Mundial pelo Darfur. Irão exigir uma acção urgente para enfrentar os sucessivos assassinatos, violações e o contínuo atentado à vida na província sudanesa.
Como mulheres de quatro continentes, apelamos aos líderes mundiais para incrementarem a pressão junto de todas as parte envolvidas no conflito, no sentido de acordarem um cessar-fogo imediato. É necessária uma maior e melhor ajuda humanitária e um compromisso forte para a paz e reconstrução. Existe, hoje, uma janela de oportunidade para agir: na reunião de alto nível sobre Darfur que irá decorrer em Nova Iorque, no dia 21 de Setembro, na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Uma solução política abrangente é, obviamente, necessária. Mas um cessar-fogo efectivo é a única maneira de parar imediatamente com o sofrimento que atinge milhões de pessoas em Darfur e na zona Este do Chade. Este é o momento para os líderes mundiais irem além de uma preocupação pelo sofrimento. Agora, é altura de pará-lo.
Lista de signatárias:
Chimamanda Ngozi Adichie, Escritora, (Nigéria)
Hon. Asha Hagi Elmi Amin, Membro do Parlamento Transitório da Somália, (Somália)
Maria Barroso, Presidente da Fundação Pro Dignitate, (Portugal)
Cate Blanchett, Actriz, (EUA)
Dr Herta Deaubler-Gmelin, Membro do Parlamento Alemão, (Alemanha)
Bineta Diop, Directora da Femmes Africa Solidarité, (Mali)
Mia Farrow, Actriz e Activista pelos Direitos Humanos, (Reino Unido)
Mariella Frostrup, Jornalista e Apresentadora, (Reino Unido)
Ana Gomes, Deputada ao Parlamento Europeu (Portugal)
Germaine Greer, Escritora, Apresentadora e Professora (Austrália)
Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, (Portugal)
Musimbi Kanyoro, Secretária-Geral da World YWCA, (Quénia)
Angelique Kidjo, Cantora, (Benim)
Kathleen Kennedy Townsend, Antiga Governadora de Maryland, (EUA)
Kerry Kennedy, Fundadora do Robert F Kennedy Memorial Center for Human Rights, (EUA)
Manuela Ferreira Leite, Antiga Ministra das Finanças, (Portugal)
Mariza, Cantora e Embaixadora da UNICEF, (Portugal)
Elle MacPherson, Modelo e Actriz (Austrália)
Rosa Mota, Antiga Atleta, (Portugal)
Dr. Ngozi Okonjo-Iweala, Distinguished Fellow, Brookings Institute, (Nigéria)
Eva Padberg, Modelo, (Alemanha)
Sigrid Rausing, Fundadora do Sigrid Rausing Trust, (Suécia)
Mary Robinson, Presidente da Realizing Rights, (Irlanda)
Dame Anita Roddick, Empresária e Fundadora da Body Shop (Reino Unido)
Deborah Scroggins, Escritora, (EUA)
Jane Wales, Presidente do World Affairs Council of Northern California, (EUA)
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Ki-moon chocado no Darfur
O Secretário-Geral das Nações Unidas disse ontem que estava «chocado e humilhado» depois da visita a um campo de refugiados perto de El Fasher, capital do Norte do Darfur.
Ban Ki-moon prometeu acelerar os esforços para trazer paz à região dilacerada pela guerra.
«Temos que trazer paz e desenvolvimento. Temos que proteger os direitos humanos. Temos que vos ajudar a todos a regressar às vossas casas e terras», Ban disse à multidão junta a um depósito de água no campo de deslocados.
De manhã, Ki-moon encontrou-se com uma delegação de deslocados internos em El-Fasher. Um grupo de mulheres tentou interromper o encontro gritando slogans em árabe contra a ONU no que parece ter sido uma manifestação orquestrada.
O chefe da ONU encontra-se hoje com o Presidente Al Bashir e com uma delegação parlamentar para discutir o processo de paz para o Darfur e no Sudão em geral.
Ban Ki-moon prometeu acelerar os esforços para trazer paz à região dilacerada pela guerra.
«Temos que trazer paz e desenvolvimento. Temos que proteger os direitos humanos. Temos que vos ajudar a todos a regressar às vossas casas e terras», Ban disse à multidão junta a um depósito de água no campo de deslocados.
De manhã, Ki-moon encontrou-se com uma delegação de deslocados internos em El-Fasher. Um grupo de mulheres tentou interromper o encontro gritando slogans em árabe contra a ONU no que parece ter sido uma manifestação orquestrada.
O chefe da ONU encontra-se hoje com o Presidente Al Bashir e com uma delegação parlamentar para discutir o processo de paz para o Darfur e no Sudão em geral.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Ban Ki-Moon no Darfur com plano triplo
O Secretário-Geral das Nações Unidas encontra-se hoje no Darfur com três planos de acção: estabelecimento da força de paz, recomeço das conversações de paz e desenvolvimento e gestão de recursos naturais.
Ban Ki-moon revelou o seu projecto para pôr termo ao genocídio do Darfur num discurso proferido ontem à tarde na Universidade de Juba, no Sul do Sudão, durante a visita de um dia que fez à cidade.
O Secretário-Geral classificou a força conjunta das Nações Unidas e da União Africana uma das missões de paz mais importante da ONU.
A UNAMID representa o compromisso da comunidade internacional para contribuir para a paz no Darfur, disse o chefe das Nações Unidas. É também o primeiro passo para parar com o conflito na região.
Ban Ki-moon sublinhou que o conflito não tem solução militar e que as partes envolvidas têm que voltar às conversações para chegarem a uma solução política através de um acordo de paz.
«Eu quero ver-nos a começar uma nova e conclusiva ronda de negociações de paz o mais cedo possível, provavelmente em Outubro», Ki-moon disse.
Finalmente, a paz no Darfur passa pelo desenvolvimento e gestão dos recursos naturais.
«Qualquer solução real para os problemas do Darfur exige um desenvolvimento económico sustentado», sublinhou o chefe da ONU.
A falta de água é uma das razões para o agravamento da situação no Darfur.
Ban Ki-moon revelou o seu projecto para pôr termo ao genocídio do Darfur num discurso proferido ontem à tarde na Universidade de Juba, no Sul do Sudão, durante a visita de um dia que fez à cidade.
O Secretário-Geral classificou a força conjunta das Nações Unidas e da União Africana uma das missões de paz mais importante da ONU.
A UNAMID representa o compromisso da comunidade internacional para contribuir para a paz no Darfur, disse o chefe das Nações Unidas. É também o primeiro passo para parar com o conflito na região.
Ban Ki-moon sublinhou que o conflito não tem solução militar e que as partes envolvidas têm que voltar às conversações para chegarem a uma solução política através de um acordo de paz.
«Eu quero ver-nos a começar uma nova e conclusiva ronda de negociações de paz o mais cedo possível, provavelmente em Outubro», Ki-moon disse.
Finalmente, a paz no Darfur passa pelo desenvolvimento e gestão dos recursos naturais.
«Qualquer solução real para os problemas do Darfur exige um desenvolvimento económico sustentado», sublinhou o chefe da ONU.
A falta de água é uma das razões para o agravamento da situação no Darfur.
domingo, 2 de setembro de 2007
A SITUAÇÃO PIORA
A situação humanitária do Darfur está a deteriorar-se de dia para dia e regista o aumento de deslocados, da violência contra agentes humanitários e dos casos mal nutrição.
O alerta foi lançado dia 31 de Agosto por Margareta Wahlström, coordenadora substituta do Auxílio de Emergência da ONU.
De 1 de Junho a 21 de Agosto, 55 mil pessoas foram obrigadas a deixar as suas aldeias. O total de deslocados desde Janeiro no Darfur já passa dos 250 mil.
Por outro lado, dos 6,4 milhões que vivem no Darfur, 2,2 milhões são deslocados ou refugiados no Chade e quarto milhões dependem da assistência humanitária para sobreviverem.
Os ataques contra agentes humanitários aumentaram em 150 por cento, incluindo rapto de veículos, ataques a colunas de ajuda e outros actos de violência.
Margareta Wahlström disse ainda que os casos de mal nutrição ultrapassam os 17 por cento da população.
Ban Ki-moon chega amanhã ao Sudão para uma visita de cinco dias que o vai levar também ao Chade e à Líbia.
O Secretário Geral da ONU disse que quer ver por ele próprio o sofrimento dos povos do Darfur e as condições em que a força híbrida de paz da ONU e da União Africana vai operar.
O alerta foi lançado dia 31 de Agosto por Margareta Wahlström, coordenadora substituta do Auxílio de Emergência da ONU.
De 1 de Junho a 21 de Agosto, 55 mil pessoas foram obrigadas a deixar as suas aldeias. O total de deslocados desde Janeiro no Darfur já passa dos 250 mil.
Por outro lado, dos 6,4 milhões que vivem no Darfur, 2,2 milhões são deslocados ou refugiados no Chade e quarto milhões dependem da assistência humanitária para sobreviverem.
Os ataques contra agentes humanitários aumentaram em 150 por cento, incluindo rapto de veículos, ataques a colunas de ajuda e outros actos de violência.
Margareta Wahlström disse ainda que os casos de mal nutrição ultrapassam os 17 por cento da população.
Ban Ki-moon chega amanhã ao Sudão para uma visita de cinco dias que o vai levar também ao Chade e à Líbia.
O Secretário Geral da ONU disse que quer ver por ele próprio o sofrimento dos povos do Darfur e as condições em que a força híbrida de paz da ONU e da União Africana vai operar.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
ONU denuncia os crimes de guerra e contra humanidade em Darfur
Militares e milicianos do governo sudanês podem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra humanidade, cometidos durante ataques em Dezembro na região de Deribat, em Darfur, segundo um relatório da ONU publicado nesta terça-feira. Durante esses ataques, cerca de 50 mulheres de 25 a 40 anos foram sequestradas e detidas durante aproximadamente um mês como escravas sexuais por parte de membros do exército sudanês e paramilitares, segundo o informe do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, que completa uma primeira investigação publicada no mês de Abril.
Último Segundo, 21/08/07
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